Por que estamos presos
Por estarmos atolados na ilusão do apego ao ego, pensamos em termos de "meu corpo, minha mente, meu nome". Pensamos que possuímos essas coisas e cuidamos delas. Qualquer coisa que as prejudique, iremos atacar. Qualquer coisa que as ajude, nos apegaremos.
Todas as calamidades e perdas que vem daí são então referidas como conseqüências do apego ao ego. Já que essa é a fonte do sofrimento, é possível ver que na verdade isso é o inimigo. Nossas mentes que se apegam à ilusão do eu tem provocado angústia no samsara desde tempos sem início. Como isso aconteceu?
Quando cruzamos com alguém mais rico, culto ou com melhor situação, pensamos que essa pessoa está se exibindo e nos determinamos a fazer melhor – ficamos com inveja, querendo colocá-la em seu devido lugar.
Quando aqueles menos afortunados pedem ajuda, pensamos: "Qual o sentido de ajudar um mendigo como esse? Ele nunca será capaz de retribuir. Nem vou me incomodar".
Quando encontramos alguém de status equivalente, que possui bens, queremos isso também. Se tem fama, também queremos ser famosos. Se estão em boa situação, desejamos para nós também.
Sempre queremos competir. Este é o porquê de não estarmos livres do samsara: é isso que cria os sofrimentos e danos que imaginamos serem infligidos a nós por espíritos ou outros seres humanos.
Dilgo Khyentse Rinpoche (Tibete, 1910 - Butão, 1991)
"Enlightened Courage", cap. III
Fonte: Flávio Capllonch Cardoso - Grupo Shunya de Estudos Budistas
http://www.shunya.com.br/
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